segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Quem sabe me dizer qual é o verdadeiro significado do verbo amar?
Amar no pretérito imperfeito não é amar. Não precisamos daquele amor que se conjuga no passado, precisamos da conjugação do verbo no presente.
Não diga que me amou: diga que me ama.
Já me disseram que amar é se entregar de corpo e alma, mas esses mesmos que me deram essa resposta recolheram seus corpos e suas almas para sí, deixando o outro como veio ao mundo: nu. Se fosse uma nudez relacionada a roupas, talvez fosse infinitamente mais fácil se vestir novamente, mas sendo uma nudez de espírito, de paz que se torna a maior das guerras já presenciadas, de inocência que vai pelo ralo, tudo se torna intensamente hostil, e não é fácil juntar as roupas e vesti-las outra vez. Já ouvi dizer que teve gente que preferiu ficar nu a se vestir de novo. Talvez eu preferisse também, até porque ficar sem roupas é legal, a gente se sente mais livre. Talvez todos devessem viver pelados, pois se todos vivessem pelados, eu aposto que não iriam ficar com toda aquela apreensão, pra juntar as roupas jogadas no chão, quando alguém batesse na porta.
Não cheguei à conclusão nenhuma, eu sei, porque o amor não se conclui, embora alguns amores cheguem ao termo da ação. Amor que é amor permanece, mesmo que alguém te deixe nu. Portanto, completando a idéia citada no início do texto, jamais será “eu te amei”, e sim “ eu te amo”.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

accompanied

É um tremor parecido com dor, que vem de baixo pra cima, fazendo a minha alma dentro do meu corpo recolher, e logo após o recolhimento, respire, com ansiedade. É um mecanismo cruel, desagradável, que já me era familiar há alguns meses, contudo nesses últimos dias essa sensação de entrarem em mim, e retirarem meu fôlego junto de um pedaço de força, toda vez que eu lembro a imensidão de passos que estou longe de ti, tem sido quase constante. Eu nem noto, mas quando me dou por conta, meu peito já está aberto esperando que o ar entre e o faça respirar novamente. É como andar numa montanha russa, mas ao invés do famoso frio na barriga, o qual sentimos quando estamos andando em alta velocidade ou descendo os trilhos da tal, com o ar todo para nós, é uma teimosa dor que arde dentro de mim, que faz completamente o inverso: vem de baixo com velocidade fraca, e se instala no peito até que o ar se faça presente uma outra vez.
É tudo saudade...
Não preciso que me dêem explicações de qual é a graça de ter as tintas trancadas dentro de latas, por conseguinte aprendi sozinha a ver que mesmo não podendo pintar as paredes, elas permanecem ali, guardadas, e muito minhas. As coisas nas ruas, paredes, pessoas, podem até não ter a cor que deveriam, pois comigo trago todas as cores e mais algumas, desde o azul mais claro, ao vermelho mais intenso.
Chega com o teu sorriso, e deixa as cores saírem dos baldes, pintando o céu de azul e as paredes de vermelho. Veste verde, que é a cor da esperança, porque sem ela não há caminhada, e eu vou amar ti ver vestindo a cor que mais combina contigo, no meu ponto de vista. Não é sem nexo que eu ache o verde tão a sua cor, consequentemente tu és a minha esperança. Deixa o cabelo ao vento pra me trazer liberdade. Traga o teu amor pra mim, porque isso, e apenas isso, constrói a minha verdade.