terça-feira, 6 de outubro de 2009

Quando deitei lembrei de ti. Senti meu interior frio e minhas mãos se fizendo quentes. Acho que foi medo...
Em dois segundos eu me vi coberta dos pés a cabeça, quase não respirando, para o escuro não sentir o meu ofegar. Não costumo sentir medo quando deito, mas ontem, depois de ver todas aquelas marcas acentuadas no seu rosto, aqueles ferimentos, as suas mãos entrelaçadas e a sua boca colada com alguma coisa que lembrava cera quente, me fez temer.
Eu temi. Temi em te encontrar naquelas condições novamente.
Aquele dia, quando olhei em minha volta, notei que todos os rostos choravam. Observei seu peito, mas ele não inflou. Então os meus olhos molharam migrando em direção aquela vela apagada sobre o balcão.
Cada passo dado eram cinco querendo recuar, e dez querendo correr pra longe dali. Me senti impotente: não pude acender a vela. Ela, também, já tinha chegado ao final...