sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Metade inteira

Pessoas dignas quando vão a feira comprar laranjas, não escolhem as tais pela casca. Apalpam para ver se dará um bom suco. Logo após apalpar, separa a laranja em duas metades, uma metade és como se fosses tu, e a outra é o interior que tu apalpaste pra ver se daria um bom suco. E então é a hora de julgar a tal laranja. Só assim saberás se o suco que será extraído dela será bom ou não. Porque o conteúdo diz tudo, e a casca é apenas uma película que envolve o bagaço. Um bagaço que pode ser bom ou ruim, e pra saber tens que provar.

Eu caminhei por muito tempo entre as bancas, não procurava nenhuma laranja, só ia observando, e até me esquecia de apalpá-las, só ia olhando... E nem a casca delas me agradava. Eu andava vagando por lá, e uma laranja surgiu na minha direção. A laranja que eu encontrei na feira, além de ser madura o suficiente pra me ensinar todas as coisas que eu ainda encontrarei na feira, e de ter uma casca maravilhosa, tem o melhor suco do que qualquer outra laranja possa ter. A laranja é tão suculenta que o suco transborda e todo o dia me encanta com o seu sabor. É aquele suco que tu nunca enjoas, e por ser assim, sempre pede mais um gole.

Seu suco eu preciso beber todos os dias...
Sem seu suco, minha amada laranjinha, eu não posso continuar, preciso dele pra seguir.

Minha metade eu encontrei.
És a mais bela metade que alguém possa encontrar,
Eu vou estar sempre aqui... Jamais partirei.

É minha metade perfeita
E por ser assim, tão minha metade,
É minha metade inteira.