terça-feira, 28 de abril de 2009

Eu estava parada, inconsciente, no meio da rua, enquanto a água fria da tempestade caia sobre meus ombros e cabeça. Tu me tiraste de lá, me colocando de baixo do seu casado, me protegendo da água e do frio.

Eu não vou deixar com que a água da tempestade desabe sobre ti. Por mais perversa que seja a chuva de hoje, e por mais que o frio esteja cortando nossas mãos, e fazendo das nossa bocas uma pedra de gelo, eu tenho o meu casaco agora e farei dele um abrigo pra te proteger da água da chuva que cai sobre nós.

Eu trouxe o guarda-chuva.

sábado, 25 de abril de 2009

(...)

A Esperança deixa uma lagrima de anseio escapar pelo canto dos olhos, quando percebe que o tempo cronológico parece transformar os segundos em horas. A lágrima percorre o seu rosto e toca o chão com tamanha intensidade que o Tempo Psicológico, apavorado, tranca os segundos do Tempo Cronológico, dentro de si.

A distância se julga culpada por toda aquela agonia, e acha que deve se desculpar pelo transtorno ali cometido. Logo, quando engole o orgulho, diz:- Por favor, não chore por mim, Esperança. E tempo, não fique apreensivo, por favor. Logo eu estou indo e então, Esperança, não perca o Tempo chorando por mim. E tu, Tempo Psicológico, não precisa perder a esperança de que a Esperança logo volta a ficar eufórica quando o seu companheiro, o Cronológico, estiver curto e eu já estiver tão pequena que não será preciso chorar, pois eu serei dissipada.

A esperança nunca perde o fio da meada, por mais extensa que seja a distância,ela nunca se entrega, pois o fio, o fio é longo, e mesmo que a Esperança não saiba o que tem amarrado no final dele, ela segue viva.

sábado, 18 de abril de 2009

Amor, o sol acabou de nascer, mas ele não me aquece, eu preciso de ti. Amor, a água do chuveiro não cai quente sobre meu corpo quando tu não estas de baixo dela junto a mim.
Me deixa ser a água quente que te banha? Me deixa ser o cobertor que te aquece do frio nas noites tenebrosas do inverno? Me deixa ser a tua praia no verão? Me deixa ser o teu entusiasmo todos os dias? Me deixa enxugar as tuas lagrimas, com os meus lábios, nos dias difíceis?
Me deixa dizer que o destino traçou eternos laços, unindo os nossos corações, fazendo dele apenas um. Me deixa dizer que os meus passos são firmes, porque eu caminho segurando nas tuas mãos. Me deixa sentir o teu perfume durante toda a noite, me deixa respirar o ar que tu expira. Me deixa tocar no teu rosto com as pontas dos meus dedos, desenhando cada centímetro do seu rosto esculpido nas mais perfeitas feições. Me deixa acariciar seu corpo sobre o meu, com a palma da minha mão, num toque mais forte, que te mostrará que a minha vontade é a maior das leis.
Quero meus dias iluminados com a tua presença, quero os meus olhos nos teus, quero as minhas mãos nas tuas, quero o teu corpo no meu.
Meu amor... Eu quero te beijar enquanto a lua se coloca no seu lugar, e quero ainda estar te beijando quando ela der o lugar ao sol.
Deixa eu me encaixar em ti e adormecer no teu calor, amor...
Eu te quero toda a noite, eu te quero nas minhas manhãs, eu te quero diante dos meus olhos. Eu não quero mais ficar distante.
Meu amor... Veste aquela bermuda que tu vestes nos domingos, e aquela camiseta longa que quase cobre o comprimento da tal, e me dê a mão, me deixa te levar até a beira do mar, ali, depois do porto, onde o vento sopra forte no teu rosto, jogando teu cabelo pra trás, deixando os teus olhos livres para que eu possa apreciar o brilho deles. E amor, não usa o chinelo hoje não, vais descalç, porque hoje, hoje eu deixei de lado a agonia que a areia da praia deixa entre os meus dedos, só pra sensação ser igual para nós. Me deixa arrumar a mexa do teu cabelo que se perdeu das outras, e finalmente deixa eu te fazer um pedido que valera pra nossa eternidade inteira: Meu amor... Casa comigo está noite?