domingo, 18 de julho de 2010

Gelo seco

O sol se mostra incolor nessa manhã fria. A cor com a qual o céu foi pintado hoje mostra que a cor cinza chumbo não é tão feia para uma manhã de inverno se for comparada ao estrago que o ar extremamente frio causa naquele pulmão tão frágil, tão alérgico, tão asmático, dentro daquele corpo magro com tão pouca massa muscular.
O ar, quando aspirado, invade tão rápida e bruscamente a profundidade daqueles pequenos pulmões, que as superfícies dos tais não são rápidas o bastante para aquecê-los e impedir que o ar gelado congele-os. A fumaça do gelo seco é expirada - É como se a fumaça do cigarro estivesse contida dentro de você. Um cigarro imenso, eu diria, pois o a fumaça que tende a sair é todo aquele ar que precisa entrar, se o seu diafragma estiver relaxando e contraindo conforme tem de ser.
Com a caneca de café quente nas mãos e os meus olhos fixos nos meus próprios olhos, diante do espelho eu imploro para que os meus pulmões agüentem para respirar o ar quente que o verão há de trazer.