quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Nervos

É estranho sentir o medo tocar as mãos, e as pernas querendo tombar. Essa sensação esquisita, que se apossa da boca do estomago, parecendo fazer cócegas em toda a extensão do tubo digestivo e que ao invés do riso, vem até a boca palavras impronunciáveis. Logo as unhas sentem vontade de estabelecer contato com os dentes. O que torna tudo ainda mais bizarro, pois elas parecem implorar para que eles as mordam e tirem pequenas lascas delas. Elas não se importam de serem furiosamente roídas. O problema é quando acabam as unhas, e os cantinhos dos dedos se desesperam. Se sobre a mesa for encontrada pelas mãos uma caneta, a tampa dela vira atração dentes, também. Os olhos são atraídos pela confusão. Parecem sair de orbita focando apenas o motivo pelo qual os nervos ficaram hipersensíveis. Agitadíssimos. Engraçada essa sensação, cujo nome é nervosismo.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Quando o desejo por escrever entra em conflito com o influxo, as palavras, um tanto quanto embriagadas, chegam até o papel.
A vontade de organizá-las de forma convincente é real, porém a dança desorientada que a caneta tende a fazer mostra, que por mais vontade que se tenha, falta alguma coisa. Falta aquele impulso. Algo que aparenta ter teimosia e se mostra apenas quando quer. Falta aquela espontaneidade que surge não se sabe de onde, nem se sabe o porque. Falta a existência de algo vivo, e não mecanizado. Aquilo que não se pode controlar.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Tu estas no centro. Todos a sua volta fazem graças para te agradar. Eles conseguem. Tu sorris muito. Aquele seu sorriso de canto. Eu aqui da porta posso vê-lo. Te contemplo daquela forma que as mães contemplam sua cria recém nascida. Sorriso bobo. Tu não me notas. Isso me faz querer desabar e eu sinto a melancia entalada na minha garganta. Sinto, também, águas embargando lentamente nos meus olhos.
Eu sei que tu não me vês aqui parada, mas quando eu sorrio ainda é pra ti.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sossegar-se
Aproximar-se sem tremor
Desapego.