quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Eu corro atrás dele todos os dias. Demoro muito pra conseguir pega-lo de jeito – isso quando ele não me deixa na mão. Ele corre tão rápido, geralmente, e quando eu vejo, já não o vejo mais. Perco-o de vista fácil, fácil. Eu chamo, imploro pelo amor de Deus, mas ele não me da ouvidos. Finge que não escuta e me ignora. Eu já saquei qual é a dele. Ele não gosta que eu corra atrás – penso que ele prefira que eu corra na frente, pois assim quando ele me pega é fatal. Infalível. Eu nunca resisto e sempre me entrego. Ele gosta de me matar pelo cansaço, e quando eu já estou acabada de tanto correr para alcançá-lo e telo em meus braços, ele entrega o jogo. É quando eu vejo os meus olhos pedindo abrigo as pálpebras, e o ar tocando as extremidades dos meus pulmões num ritmo mais suave, que, finalmente, eu consigo, enfim, pegar no sono.