quinta-feira, 28 de maio de 2009

A musica me dizia que tudo ficaria bem, que eu não deveria ter motivos para preocupação, pois um pássaro verde novamente voltaria a cantar durante todas as manhãs para mim. Eu não fazia questão de abrir a janela para que ele entrasse, nem me sentava na rede pra deixar que o vento soprasse contra mim enquanto esperava com que ele cantarolasse de cima da árvore ou enquanto voava.
A música só soava sem ritmo, só a letra ficava em mim. Vazia, e sem melodia, a música ia, e outras vinham. Assim com as pessoas que passem por nós quando estamos indo ou vindo de algum lugar, como elas.
A cor desbotava: O vermelho ficava laranja, o laranja amarelo, o amarelo caramelo, o caramelo bege, o bege fica um rosa fosco, e assim foi perdendo a cor até ficar branco. Transparente...
Assim as cores iam mudando conforme os dias iam passando. Os dias passavam, e eu passava junto deles. Só passava, sem ter a vontade de ficar num ponto fixo, num local que me fizesse sentir vontade de buscar algo mais ou de ir mais além. Eu estava completamente sem cor.
Foi quando me deparei com as tuas palavras, quando me deparei com isso tudo que estava plantado em mim, com esta certeza que eu jamais imaginei que teria um dia, os céus despejaram confetes, as cores explodiram dos baldes de tinta, pegando as suas cores e formas de volta. Eram fogos de artifício iluminando o céu em pleno dia, quando os meus olhos tiveram o privilegio de encontrar os teus. Hoje eu faço questão de abrir a janela, para que o vento traga o teu perfume até onde eu me encontro. Estou onde eu realmente sempre quis estar: voando com os pés no chão. Estou num ponto fixo, no nosso ponto fixo. Estou folhando a mesma pagina que tu folhas, e estou passando os meus olhos nas palavras que constitui a frase que tu lês. E tudo faz sentido agora. A música estava certa: Tudo ficou bem. E o pássaro verde veio até mim, e não só cantarolou como está voando sobre mim. Ele há de permanecer pra vida toda. Passarinhos verdes não desbotam a cor, e eu sou tua pra sempre. Eu te amo, meu amor.

1 comentários:

Bruna Uliana. disse...

Ah, mas você escreve muito bem!