sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ares de joelho



Com ares de joelho
Sem lagrimas no olhar
Choram assim mesmo
Para um leito poder tomar.

Inexistentes são aqueles
que nunca choram

Na saída do casulo
Se não chorar é nulo.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Se olho pela janela, é o teu olhar que eu desejo encontrar, ao invés dos galhos das árvores, que dançam conforme o vento toca a música. Num ritmo não muito acelerado.
Se eu toco nas minhas próprias mãos, é com o desejo de me lembrar do modo como meu coração dispara sempre que tu tocas nelas. Podem se passar horas, dias, semanas... Até que tu as toques novamente, mas eu sei que sempre quando tu as toca, uma sensação de euforia toma conta desse meu eu que é mais teu que meu.
Quando ali me deito, no vazio, por não poder te encontrar de baixo das cobertas, eu fico repassando as cenas, buscando dentro das minhas memórias, todos os teus atos, o teu jeito, o teu modo de falar, de me olhar, o calor do teu corpo, o sabor dos teus lábios doces... Não preciso ir muito a fundo, pois as memórias sabem que eu estou ali, e eu não preciso ir à procura delas, pois elas se encaminham ao meu encontro, e é onde todas as noites, antes de fechar os olhos, que eu te encontro.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O abraço que eu tenho aqui guardado, junto de uma porção de abraços, procuram aflitos pelo seu corpo macio e delicado, enquanto eu só escuto a minha consciência te gritando no vão dos meus pensamentos, que de fato são seus. Eles procuram a ti, na escuridão da distância, para que possam se atirar em teus braços suaves e acolhedores. E todos se unirem formando um só, porém, um forte abraço.
Eles estão aflitos como crianças que acabaram de sair da água do mar, correndo, descalças, no balanço do vento, que não sopra tanto, mas é o suficiente para que se sinta frio, a procura da toalha para que possam se aquecer. A toalha que é segurada pela mãe, e depois envolvida em seus corpos junto dos braços que lhes acolhem.
Os seus braços me envolvem, e quando fazes isso, me acolhe.
Eu quero sair correndo, descalça ou calçada, não importa, e me atirar neles, pra me sentir protegida dentro do teu abraço acolhedor cheio de amor.