segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Escolha

E a música vai tocando, enquanto ele vai andando. Seus passos um tanto quanto incertos, o chão, vão alinhavando.
Uma estrada longa é a vida, e uma mais curta o chama, por estar aberta ainda a sua ferida.
Seus olhos são escuros como a noite. O luar já não ilumina mais aquilo que dizem ser vida.
Um pobre menino, que vaga por ai, sem um abraço gentil que não lhe mostre interesse.
E nesse jogo todo, o moçoilo continua andando, perto dos dois caminhos se aproximando.
A história passa rápida e linear, quando de repente um pensamento lhe foge, aqueles lindos olhos que tinha aquela linda jovem.
Enquanto seguia em linha torta, e imagem da bela moça dos olhos belos, não saia de sua mente, e o coração no seu peito batia tão rapidamente como a água na chaleira que pula no fogão por estar estupidamente fervente.
Um olhar vagando, olhando sem olhar, não podia mais em um local fixo parar, e uma voz dentro de si gritava, essa não se pode mais amar.
Os cadarços desamarrados, sujos e embarrados, eram levianamente, pisados. Em cada passo, uma incerteza, em cada incerteza, um argumento... Um argumento que de tão igual que vinha sendo, já era nulo como uma árvore sem frutos.
A escuridão tomava sua alma, como um vampiro bebe seu sangue, e o brilho do farol vinha em sua direção.
A estrada parecia pequena em relação à luz que tinha em sua direção, um aperto mais forte sentiu em seu coração, não podia mais continuar navegando em águas tão furiosas, preferiu pular do barco. O barco que antes era tão apertado e sombrio.
Jovem... Tomado pelo amor sem o telo, resolveu enviar a carta sem antes lamber o selo.
Talvez tivesse escolhido a estrada certa. E quem além dele poderá dizer que foi errada?
A luz atravessou, e o jovem dos olhos negros no chão permaneceu. O trem passou...

A sombra clareou, os olhos se fecharam, e o amor permaneceu, porém jamais será dito, a não ser que em outro lugar ele tenha renascido.

2 comentários:

Anderson disse...

O que posso dizer?
Certamente você colocaria no "chinelo" muitos escritores que tem por ai.

Mônica Mondo disse...

Eu já te disse que devemos procurar uma editora? Se sim me deixa acrescentar um AGORA nesta frase...
Obrigada por comentar lá, por escrever aqui, obrigada simplesmente por dividir teus textos conosco e por fazer eu me encontrar neles.